segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Utilidade da Filosofia - Marilena Chauí


Inútil? Útil?

O primeiro ensinamento filosófico é perguntar: O que é o útil? Para que e para quem algo é útil? O que é o inútil? Por que e para quem algo é inútil? O senso comum de nossa sociedade considera útil o que dá prestígio, poder, fama e riqueza. Julga o útil pelos resultados visíveis das coisas e das ações, identificando utilidade e a famosa expressão “levar vantagem em tudo”. Desse ponto de vista, a Filosofia é inteiramente inútil e defende o direito de ser inútil.
Não poderíamos, porém, definir o útil de outra maneira?
Platão definia a Filosofia como um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos seres humanos.

*Descartes dizia que a Filosofia é o estudo da sabedoria, conhecimento perfeito de todas as coisas que os humanos podem alcançar para o uso da vida, a conservação da saúde e a invenção das técnicas e das artes.
*Kant afirmou que a Filosofia é o conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhecer e o que pode fazer, tendo como finalidade a felicidade humana.
*Marx declarou que a Filosofia havia passado muito tempo apenas contemplando o mundo e que se tratava, agora, de conhecê-lo para transformá-lo, transformação que traria justiça, abundância e felicidade para todos.
*Merleau-Ponty escreveu que a Filosofia é um despertar para ver e mudar nosso mundo.
*Espinosa afirmou que a Filosofia é um caminho árduo e difícil, mas que pode ser percorrido por todos, se desejarem a liberdade e a felicidade.

Qual seria, então, a utilidade da Filosofia?
Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de
todos os saberes de que os seres humanos são capazes.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O que não é filosofia?

Por Edson Menezes.

Alguns consideram que a filosofia seria uma especulação sem fim em torno de qualquer assunto ou problema. Há quem afirme não caber a filosofia "resolver" problemas, mas apenas de propô-los, ou de fazer perguntas cujas respostas não seriam de real interesse, com o fim de estimular a reflexão e a curiosidade. Segundo esta ótica, a filosofia não passaria de uma "ginástica" do pensamento.
A filosofia se ocupa de assuntos variados, e talvez por isso exista certa incompreensão acerca dos seus objetos de estudo e, sobretudo do que seria a filosofia.
Outro equivoco acerca da filosofia é considerá-la como uma complementação da ciência e da elaboração cognitiva em geral, contudo a filosofia não é e não pode ser simplesmente um prolongamento científico. A filosofia é justamente outra coisa, ou então não teria razão de existir como campo de conhecimento. No momento não nos cabe aqui, dizermos o que é a Filosofia, mas sim o que ela não seria. Se o objeto da filosofia fosse o mesmo que o das ciências, então a própria ciência daria conta desta tarefa. A filosofia então não é ciência, e por isso é possível, por exemplo, uma filosofia da ciência.

Se a filosofia é totalmente independente da ciência, o mesmo não acontece com a própria ciência em relação a filosofia. A ciência depende de valores e conceitos filosóficos para dar fundamentação aos seus princípios e métodos. Além disso, os próprios resultados científicos podem ser avaliados pela filosofia. Acerca deste assunto, a pensadora brasileira Marilena Chauí nos diz que:

A Filosofia não é ciência: é uma reflexão crítica sobre os procedimentos e conceitos científicos. Não é religião: é uma reflexão crítica sobre as origens e formas das crenças religiosas. Não é arte: é uma interpretação crítica dos conteúdos, das formas, das significações das obras de arte e do trabalho artístico. Não é sociologia nem psicologia, mas a interpretação e avaliação crítica dos conceitos e métodos da sociologia e da psicologia. Não é política, mas interpretação, compreensão e reflexão sobre a origem, a natureza e as formas do poder. Não é história, mas interpretação do sentido dos acontecimentos enquanto inseridos no tempo e compreensão do que seja o próprio tempo. Conhecimento do conhecimento e da ação humanos, conhecimento da transformação temporal dos princípios do saber e do agir, conhecimento da mudança das formas do real ou dos seres, a Filosofia sabe que está na História e que possui uma história (CHAUÍ, 2002, p17).


Conceituar a Filosofia é um exercício dinâmico de reflexão, que constantemente se depara diante do imprevisto. Tentar dizer de forma acabada o que vem a ser a Filosofia seria aprisionar a própria capacidade do pensamento, gerando na nossa dimensão existencial um paradoxo, pois este "acabamento" iria de encontro com nossa abertura diante de si e do mundo, bem como da capacidade de conhecer.

Referências bibliográficas:

CHAUÍ, M. Convite a filosofia. Editora Ática. São Paulo, 2002.
JUNIOR, C. P. O que é filosofia? Editora Brasiliense. São Paulo, 1981.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Linha do Tempo e sugestão de Filmes

Basta clicar na figura abaixo para adquirir uma linha do tempo com sugestões de filmes que fazem referência a vários períodos históricos e aos seus respectivos aspectos filosóficos.

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O que você quer fazer da vida após o ensino medio integrado?