sábado, 12 de novembro de 2011

Vídeos e textos que ajudarão para a prova de 3° bimestre.

Ver estes vídeos não é imprescindível para fazer a prova, porém eles vão lhe fornecer uma maior intuição na hora de executar esta mesma prova.

OBS:

A - Não será permitido uso de nenhum material na prova (incluindo a proibição do dicionário comum e celulares). Será necessário para a prova: 1- Conhecer as Teorias de Parmênides, Pitágoras, Platão, Aristóteles (apostila e livros do blog pra ajudar); 2- Conhecer a Teoria do complexo de Édipo (ítem menos importante, só tem que conhecer o básico.). 3- Capacidade de compreenção da crítica das teorias do ítem 1, presentes no(s) texto(s) da Prova (o mais importante e o mais cobrado, os exercícios em caderno passados em sala de aula ajudam, e vejam a observação B). Estudem!

B - É importante perceber que os temas dos vídeos revelam uma relação com a metafísica, pois a sociedade do espetáculo vive a inversão da metafísica clássica. Se antes as essências eram a verdade, o bom, o perfeito, o justo, o belo (lembrem do mito da caverna). E sendo estas essências parte de outro mundo, de um mundo metafísico das idéias ou formas. Agora (após as revoluções modernas da ciência e da técnica, que converteram a antiga metafísica e a religião em uma pseudo-física), as "cópias ou imagens" e a "idéia de natureza" são valorizadas como se fossem o extremo da realidade e do sagrado. A idéia de imagem e a idéia de natureza se pretendem absolutamente reais e perfeitas. Isso se manifesta em dois mitos: O mito da matemática (vejam Platão-Pitágoras e o exercício, que é basicamente o trabalho que vocês fizeram em sala) e o mito das imagens (vídeos  e textos abaixo). Ciência e mídia quase que se fundem em uma nova metafísica, a metafísica do espetáculo.

Vamos aos vídeos:

Vídeo 1:


Vídeo 2:



Guy Debord
A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO
CAPÍTULO I
A SEPARAÇÃO CONSOLIDADA

Nosso tempo, sem dúvida... prefere a imagem à
coisa, a cópia ao original, a representação à
realidade, a aparência ao ser... O que é sagrado
para ele, não passa de ilusão, pois a verdade
está no profano. Ou seja, à medida que
decresce a verdade a ilusão aumenta, e o
sagrado cresce a seus olhos de forma que o
cúmulo da ilusão é também o cúmulo do
sagrado.

Feuerbach — Prefácio à segunda edição de A
Essência do Cristianismo
1
Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.
2
As imagens fluem desligadas de cada aspecto da vida e fundem-se num curso comum, de forma que a unidade da vida não mais pode ser restabelecida. A realidade considerada parcialmente reflete em sua própria unidade geral um pseudo mundo à parte, objeto de pura contemplação. A especialização das imagens do mundo acaba numa imagem autonomizada, onde o mentiroso mente a si próprio. O espetáculo em geral, como inversão concreta da vida, é o movimento autônomo do não-vivo.
3
O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. Enquanto parte da sociedade, o espetáculo concentra todo o olhar e toda a consciência. Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido e da falsa consciência; a unificação que realiza não é outra coisa senão a linguagem oficial da separação generalizada.
4
O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediatizada por imagens.
5
O espetáculo não pode ser compreendido como abuso do mundo da visão ou produto de técnicas de difusão massiva de imagens. Ele é a expressão de uma Weltanschauung [ideologia], materialmente traduzida. É uma visão cristalizada do mundo.
6
O espetáculo, compreendido na sua totalidade, é simultaneamente o resultado e o projeto do modo de produção existente. Ele não é um complemento ao mundo real, um adereço decorativo. É o coração da irrealidade da sociedade real. Sob todas as suas formas particulares de informação ou propaganda, publicidade ou consumo direto do entretenimento, o espetáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. Ele é a afirmação onipresente da escolha já feita na produção, e no seu corolário — o consumo. A forma e o conteúdo do espetáculo são a justificação total das condições e dos fins do sistema existente. O espetáculo é também a presença permanente desta justificação,
enquanto ocupação principal do tempo vivido fora da produção moderna.
7
A própria separação faz parte da unidade do mundo, da práxis social global que se cindiu em realidade e imagem. A prática social, diante da qual surge o espetáculo autônomo, é também a totalidade real que contém o espetáculo. Mas a cisão nesta totalidade mutila  ao ponto de apresentar o espetáculo como sua finalidade. A linguagem do espetáculo é constituída por signos da produção reinante, que são ao mesmo tempo o princípio e a finalidade última da produção.
8
Não se pode contrapor abstratamente o espetáculo à atividade social efetiva; este desdobramento está ele próprio desdobrado. O espetáculo que inverte o real é produzido de forma que a realidade vivida acaba materialmente invadida pela contemplação do espetáculo, refazendo em si mesma a ordem
espetacular pela adesão positiva. A realidade objetiva está presente nos dois lados. O alvo é passar para o lado oposto: a realidade surge no espetáculo, e o espetáculo no real. Esta alienação recíproca é a essência e o sustento da sociedade existente.
9
No mundo realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso.
10
O conceito de espetáculo unifica e explica uma grande diversidade de fenômenos aparentes. As suas diversidades e contrastes são as aparências organizadas socialmente, que devem, elas próprias, serem reconhecidas na sua verdade geral. Considerado segundo os seus próprios termos, o espetáculo é a afirmação da aparência e a afirmação de toda a vida humana, socialmente falando, como simples aparência. Mas a crítica que atinge a verdade do espetáculo descobre-o como a negação visível da vida; uma negação da vida que se tornou visível.

Exercícios

Este Exercício está com as respostas em Azul. Você poderá usá-lo como fonte de estudo se descobrir os motivos pelos quais as demais opções estão incorretas.
Mitologias e a sociedade contemporânea.
A parte vermelha do texto é a explicação e a azul a parte do texto sendo explicada

O mito é uma fala despolitizada (...) assim, a cada instante e seja onde for, o homem é bloqueado pelos mitos, estes reenviam-no ao protótipo imóvel que vive por ele, no seu lugar, que o sufoca (....) [referência aos modelos imóveis da tradição metafísica platonico-aristotélica-cristã] Os mitos não são nada mais do que essa solicitação incessante, infatigável, essa exigência abusada e inflexível que obriga os homens a se reconhecerem nessa imagem de si próprios, eterna e no entanto datada, que um dia se constrói como se fora para todo o sempre [A imagem ou essência se inventa um dia, no tempo, e pelos homens, mas se diz dessa idéia ou essência contruída em uma data, que ela sempre existiu, que ela é eterna]. Pois a natureza, na qual foram enclausurados sob o pretexto de uma eternização, não é mais do que uma mentira [aqui, definitivamente fica claro que o texto de Barthes está criticando a metafísica], um engodo. E esse engodo, por maior que seja, é preciso dominá-lo e transformá-lo. É possível completar agora a definição do mito na sociedade burguesa: o mito é uma fala despolitizada [ou seja, o mito da metafísica, das essências eternas, tiram a sua possibilidade de mudança, e de ação no mundo, pois as essências são fixas.]. Naturalmente, é necessário entender política no seu sentido profundo, como conjunto das relações humanas na sua estrutura real, social, no seu poder de construção do mundo; é, sobretudo , necessário conferir um valor ativo ao sufixo “des”: ele representa aqui um movimento ativo, atualizando incessantemente um abandono do real [isto é, existe uma vontade ativa, que quer tirar a sua ação, sua possibilidade de fazer política]. (...). O mito não nega as coisas; a sua função é, pelo contrário, falar delas; [a mitologia] simplesmente, purifica-as, inocenta-as, fundamentando-as em natureza ou essências [o mito não inventa coisas absurdas e loucas, ele inventa coisas que são passíveis de serem acreditadas, pois ele fala de coisas que todos acreditarão, pois de alguma maneira ele se baseia em dados já conhecidos e reconhecidos como verdadeiros, mas ele descontextualiza, purifica e inocenta esta realidade, transformando o seu sentido, criando uma mentira]. (...) a função do mito é transformar uma intenção histórica em natureza, [isto é] um acaso em eternidade [mais uma vez o paralelo tempo-história x eternidade-infinitude]. Este processo é o próprio processo da ideologia burguesa. Se a nossa sociedade é objetivamente o campo privilegiado das imagens míticas, é porque o mito é formalmente o instrumento mais apropriado para a inversão ideológica que a define: a todos os níveis de comunicação humana, o mito realiza a inversão da metafísica em pseudo-phisis. [Se é pseudo=falso, então o mito faz uma idéia (metafísica) parecer física, mas na realidade é apamas aparentemente física, como já comentamos em sala de aula, um modelo (platônico) como os modelos atômicos ou astronômicos] O mundo oferece ao mito um real histórico e o mito devolve uma imagem pretensamente natural deste real, mas que na realidade é um símbolo, uma coisa não física, não real, uma mera representação metafísica.                                                
Texto de Roland Barthes, adaptação Edson Menezes.
1- Baseando-se no texto acima, e nas discussões feitas em sala de aula, marque as opções corretas. É importante seguir o sentido do texto acima e os conceitos dados ao longo do bimestre. 

I.      A superioridade masculina é uma realidade simbolizada como tal em muitos mitos. Para verificarmos este fato, basta analisarmos o mito de Adão e Eva, que representa o patriarcado judaico cristão. Esta narrativa nos leva a reflexão de como a tradição descreve o lugar de fato do gênero feminino.

a.      A frase acima está errada porque a realidade do homem não é a mesma que o símbolo representa, pois o mito é sempre uma ficção, mesmo que baseada em algum fato real.
b.      Está parcialmente errada, pois: (1) a realidade do homem não é a mesma que o símbolo representa, pois o mito é sempre uma ficção, mesmo q baseada em algum fato real. (2) Porém a mulher tem um lugar de fato que deve ser considerado, que é seu papel junto ao lar, pois ela é talhada para ser mãe.
c.       Está certa, pois no mito toda a realidade é simbolizada como falsidade.
d.      Está errada, pois não existem essências femininas ou masculinas que determinem o lugar de fato de nenhum dos gêneros, portanto o lugar do homem ou da mulher é simbólico-mitológico.

II.      A origem da familia moderna é um fenomeno natural que é a base da sociedade que temos hoje. A prova disso é que a Ilha de Sumatra (Indonésia) e em Mosuo, na província de Sichuan (China), vivem um matriarcado. O prefixo ama é usado para a palavra grega amazona, que refere as guerreiras dessa civilização; na África e entre a sociedade mosuo, com o mesmo significado. Na língua dos mosuos a palavra Ama significa Mãe. Isto é uma grande analogia com o nome que refere as amazonas. Também pode se aplicar aos berberes no Norte da África, que foram matriarcais no passado, chamando-se de Amazigh em sua língua natural. Na própria lingua portuguesa utilizamos o termo “ama de leite”, significando “mãe de leite”. De todas estas analogias pode-se, segundo ela, concluir que a muito antiga palvra ama tem o significado de Mãe no sentido mais estrito, e no sentido figurativo, sociedade matriarcal. As tradicionais sociedades ocidentais, seguindo esta origem matriarcal, tem na mulher o centro da familia e colocam na figura da mãe todos os valores mais nobres.
a.      Esta frase esta errada, pois: nao existe familia natural e a palavra “ama” esta ligada as sociedades patriarcais.
b.      Está errada pois, a familia é um fenomeno natural da biologia.
c.       Esta certa, pois a familia é um fenomeno natural da biologia.
d.      Está errada, pois nenhum dado natural justifica necessariamente a estrutura da familia que temos hoje.


2- Marque a opção exigida pela questão. Após seleciona-las marque o CARTÃO RESPOSTA no final da prova.


III.      A Patrística, que é uma parte da filosofia medieval,  poderia ser definida como:
(A) adaptação do pensamento aristotélico, conforme os moldes teológicos da época.
(B) configuração de um novo horizonte filosófico, proposto por Santo Agostinho, inspirado em Platão, de modo a resgatar a importância das coisas sensíveis, da materialidade.
(C) Resgate do pensamento de Platão, conforme os modelos teológicos da época, estabelecendo estreita relação entre filosofia e religião.
(D) criação de uma escola filosófica, que visava combater os ataques dos pagãos, rompendo com o dualismo grego.
IV.      Tendo em vista que a matemática é uma disciplina da abstração pura, não tendo nenhuma relação com o mundo sensível, (isto é, a matemática é uma disciplina platônica) ela não é um conhecimento que pode ser formulado por meio da experimentação, mas sim pelo puro intelecto. Tendo estas afirmativas como base, marque a opção incorreta.

(A)     A matemática é uma preparação para o estudo da metafísica.
(B)     Toda a matemática é um instrumento racional capaz de nos descrever os fenômenos da natureza com completo acerto.
(C)      A matemática nos leva para um universo conceitual puro e perfeito, que não tem nenhuma relação necessária com o mundo físico.
(D)     A maior parte das matemáticas desenvolvidas até hoje são puramente teóricas.
(E)     Mesmo algumas vezes se descobrindo que se é possível usar parte da matemática que até então era puramente teórica, não há nenhuma garantia que a matemática em si mesma tenha relação com algum fenômeno físico .
V.      A matemática é sempre um conhecimento puro da razão, um modelo. A matemática é sempre um campo abstrato, que pode ou não ter uma relação com o mundo físico, isso significa que apenas contingentemente ela se relaciona com a natureza. A idéia de que o mundo natural pode ser lido pela matemática como verdade absoluta é ideológico (ou seja, pertence a um conjunto de idéias usadas para dominar). Baseando-se nisso a afirmativa correta é:
a.      A matemática é uma forma de se compreender o mundo, e é uma linguagem absoluta. A natureza é matemática.
b.      A matemática não traduz a realidade, pois a matematizaçao do mundo é uma forma de mito contemporâneo.
c.       A matemática traduz a realidade, pois a matematização do mundo é ideológica, portanto possui funções de mito.
d.      A matemática e seu ensino hoje, em um âmbito político, ocupam um lugar sem nenhuma ideologia.

VI.      Para Platão, “a Matemática é o modelo de todo o processo de compreensão”. Se a missão da filosofia é descobrir a verdade para além da opinião e da aparência, das mudanças e ilusões do mundo temporal, então a Matemática é um exemplo notável de conhecimento de verdades eternas e necessárias independente da experiência dos sentidos. Como Platão defende na República, o filósofo deve saber matemática porque: “Ela tem um efeito muito grande na elevação da mente compelindo-a a raciocinar sobre entidades abstratas”. Em Platão, a matemática é muito mais do que uma simples disciplina auxiliar para o mundo das ciências práticas. O seu valor não reside nas suas aplicações materiais. O filósofo pensa assim, pois sem a conceituação abstrata (atividade racional por excelência) o Homem não seria Homem. É com uma riqueza impressionante de análise que Platão determina o valor cultural da matemática como algo que  purifica e estimula a alma, um saber que faz voar o pensamento para os objetos mais sublimes, e que arrasta a alma para o Ser. A sua eficácia reside em facilitar, àqueles que para ela têm talento, a capacidade para compreender toda a classe de idéias metafísicas e portanto eternas. Como diz Platão na República, a matemática é: “mais importante que dez mil olhos” (527 E).
Este texto   expõe as razões por trás do mito da caverna. O mito é apenas uma forma de simbolizar o sistema platônico. Acerca deste mito, é correto afirmar que no próprio mito da caverna:

a.      As verdades eternas eram geométricas, e residiam no mundo das sombras.
b.      As verdades eternas eram geométricas e enganavam os homens.
c.       As verdades eternas que residem no mundo das idéias, são deteriorações da razão.
d.      As verdades eternas, eram geométricas, e residiam fora da caverna e serviam de molde para o mundo metafísico.
e.       As verdades eternas, eram geométricas, e residiam fora da caverna e serviam de molde para o mundo físico.

VII.      Aristóteles foi aluno de Platão, e influencia até hoje nossa visão de mundo. Sua presença se fez notar sobretudo na filosofia escolástica, através da qual seus pensamentos se tornaram populares. São conceitos de Aristóteles:


a.      Quatro causas, contingência, necessidade, primeiro motor.
b.      Primeiro motor, demiurgo, geocentrismo, mundo supra-lunar.
c.       Primeiro motor, contingência, necessidade, amor platônico.
d.      Quatro causas, demiurgo, geocentrismo, teoria de dois mundos.



VIII.      O primeiro motor é:
a.      Um conceito de Platão que designa a primeira das causas contingentes do universo.
b.      Um conceito de Aristóteles que designa a primeira das causas matérias do cosmos.
c.       Um conceito de Platão que designa a primeira causa necessária do universo.
d.      Um conceito de Aristóteles que designa a primeira causa  necessária do cosmos.
e.       Um conceito de Platão que designa a primeira das ordens formais e contingentes do cosmos.

IX.      Parmênides influenciou Platão com:


a.      A teoria do Ser móvel e único.
b.      A teoria do Ser imóvel e múltiplo.
c.       A teoria do logos.
d.      A teoria do Ser homogêneo e eterno.
e.       A teoria dos seres imóveis e bons.
f.        A teoria dos ser logóico único e instável.



X.    Do ponto de vista cósmico, para Arisóteles, os seres contingentes dependem de que tipo de coisa para existirem:

           a. Seres eficientes e contingentes.
           b. Seres mateiriais e formas vivas.
           c. Ser necessário.
           d. Ser Final e móvel.
           e. Ser necessário, que é móvel e eterno.

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