domingo, 9 de outubro de 2011

Platão, a Metafisica da caverna e Planolândia

PLATÃO E O MUNDO DAS IDÉIAS


Platão de Atenas (Atenas,428/27– Atenas, 347 a.C.) foi um filósofo grego. Discípulo de Sócrates, fundador da Academia e mestre de Aristóteles. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas. Πλάτος (plátos) em grego significa amplitude, dimensão, largura. Sua filosofia é de grande importância e influência. Platão ocupou-se com vários temas, entre eles ética, política, metafísica e teoria do conhecimento.

O mito da caverna

O mito da caverna, também chamada de Alegoria da caverna, é uma parábola escrita pelo filósofo, e encontra-se na obr platonica intitulada 'A República' (livro VII). Trata-se da exemplificação de como podemos nos libertar da condição de escuridão que nos aprisiona através da luz da verdade.

Vamos a um vídeo sobre o mito da caverna:



Interpretação da alegoria


Platão referia-se na "alegoria da caverna" aos seus contemporâneos. O filósofo era como um fugitivo, que seria capaz de fugir das amarras que prendem o homem comum às suas falsas crenças e, partindo na busca da verdade, consegue apreender um mundo mais amplo. O filósofo, ao falar destas verdades para os homens afeitos às ilusões, não seria compreendido e seria tomado por mentiroso, um corruptor da ordem vigente.
O mito da caverna é uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância, isto é, a passagem gradativa do senso comum  para o conhecimento filosófico, que é racional, sistemático e organizado, que busca as respostas não no acaso, mas na causalidade.
Segundo Platão, o processo para a obtenção da consciência abrange dois domínios: o domínio das coisas sensíveis (eikasia e pístis) e o domínio das idéias (diánoia e nóesis). Para o filósofo, a realidade está no mundo das idéias e a maioria da humanidade vive na condição da ignorância, no mundo ilusório das coisas sensíveis, no grau da apreensão de imagens (eikasia) que são meras representações (as sombras), as quais são mutáveis, corruptiveis, não são funcionais e, por isso, não são objetos de conhecimento verdadeiro.

Se a interpretação dada até aqui tem um carater mais pedagógico, psicológico e social, não podemos deixar de dar atenção a outra interpretação do mito da caverna, que retrata uma problematica geométrica, e espressa o lado epistemológico do mito. Platão, que colocou no alto da porta de sua academia, a célebre frase "Não entre aqui quem não souber geometria" destacava este tipo de interpretação, que era a base de seu raciocinio.

O video abaixo é baseado no livro "Planolândia", escrito pelo clérigo inglês Edwin Abbott em 1884. Protegido da crítica, em sua primeira edição, pelo pseudônimo de "A. Square”. Abbott satiriza os preconceitos da sociedade inglesa vitoriana criando um mundo de duas dimensões. Planolândia  pode ser baixado em: http://www.icmc.usp.br/~walmarar/aulas2011/flat.pdf.


Vamos ao vídeo:


Teoria atómica de Platão

No livro Timeu, escrito por volta do ano de 350 a.C., Platão apresenta a teoria segundo a qual os quatro "elementos" admitidos como constituentes do mundo - o fogo, o ar, a água e a terra - eram todos agregados de sólidos minúsculos. Além disso, defendia ele, uma vez que o mundo só poderia ter sido feito a partir de corpos perfeitos, estes elementos deveriam ter a forma de sólidos regulares.
O fogo, sendo o mais leve e o mais violento dos elementos deveria ser um tetraedro.
Como o mais estável dos elementos, a terra deveria ser constituída por cubos.
Como o mais inconstante e fluido, a água tem que ser um icosaedro, o sólido regular capaz de rolar mais facilmente.
Quanto ao ar, Platão observou que: "o ar é para a água o que a água é para o ar," e concluiu, de forma algo misteriosa, que o ar deve ser um octaedro.
Finalmente, para não deixar de fora um sólido regular, atribuiu ao dodecaedro a representação da forma de todo o universo.
Por muito excêntrica e fantástica que esta teoria possa parecer aos nossos olhos, nos séculos XVI e XVII foi levada muito a sério, mesmo que não fosse completamente aceite como verdadeira, quando Johanes Kepler começou as suas buscas sobre a ordem matemática no mundo à sua volta. Os desenhos reproduzidos na figura são ilustrações do próprio Kepler sobre a teoria atómica de Platão. Contudo sabemos que estruturas moleculares formam sólidos geometricos e que estas formas conferem qualidades as substâcias, como é o caso do diamante que tem forma cristalina cúbica, e é uma das substancias mais estáveis e duras que conhecemos.





Keith Devlin "Matemática, a ciência do padrões", Porto Editora, 2002.

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